Publicado em 02.03.2010
Evento se tornou uma janela rara para se descobrir o que existe no formato, daí a responsabilidade da curadoria
por Luís Fernando Moura
(matériana íntegra no www.jc.com.br)
Fazer a seleção de curtas-metragens exibidos no Cine PE é talvez o exercício de curadoria mais cheio de responsabilidade no circuito do cinema em Pernambuco. Por arrastar tanta gente para ver filmes nacionais, o festival se tornou, para boa parte do público, a única janela acessada para se descobrir o que existe no formato. A lista de escalados para esta 14ª edição, divulgada ontem, traz parte do que será exibido no Teatro Guararapes entre os dias 26 de abril e 1º de maio, antes da premiação do dia 2, no Cinema São Luiz.
Os títulos finalizados em 35 foram submetidos à curadoria da jornalista, professora e produtora Silvana Marpoara, do roteirista e professor Fernado Weller e da publicitária, jornalista e escritora Isabela Domingues. Já os curtas projetados em digital foram selecionados pela jornalista Alice Gouveia, pelo designer gráfico Fernando Vasconcelos e pelo jornalista e cineasta Lucas Fitipaldi.
A despeito da má impressão inicial, Silvana vê aspectos positivos na diminuição de inscritos. “Talvez pela falta de dinheiro para se produzir tanto, recebemos um grupo de trabalhos qualitativamente melhor”, diz. Envolvida com a produção do festival há alguns, e tendo realizado a curadoria dos curtas digitais há duas edições, afirma que o desafio de programar o Cine PE é justamente encontrar o equilíbrio entre o que o público quer assistir e o que, nas suas palavras, as pessoas “deveriam conhecer”. “É importante trabalhar com temáticas e formatos diferentes, trazer questionamentos. Pensar em cinema também como função social”, diz. Entre as impressões, a boa qualidade dos documentários, que ela acredita vir de uma safra de filmes “bem trabalhados”, e o montante de trabalhos de ficção tecnicamente sofisticados, mas falhos como obra de cinema.
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